Moçambique, ataques islâmicos criam crise humanitária em Cabo Delgado: 1.2 milhão de pessoas sem cuidados de saúde
Cabo Delgado (Moçambique) está passando por semanas dramáticas: ataques repetidos e violentos de islâmicos levaram a uma crise humanitária com mais de 1.2 milhão de pessoas necessitando de cuidados de saúde urgentes
Cabo Delgado, a violência e a insegurança danificaram ou forçaram o encerramento de quase um terço das 132 unidades de saúde da província
Isso privou as comunidades de serviços básicos de saúde e gerou necessidades emergenciais de saúde para o tratamento do HIV, malária e tuberculose, bem como vacinação e parto seguro entre os deslocados internos e as comunidades anfitriãs.
A prevenção do cólera, a resposta COVID-19 e a provisão de serviços de saúde mental e psicossocial também são extremamente necessários.
“A situação de milhares de famílias está piorando e muitas das pessoas afetadas pela violência dependem de ajuda humanitária para sobreviver.
Devemos rapidamente aumentar a assistência para salvar vidas e aliviar o sofrimento ”, disse o Dr. Matshidiso Moeti, Diretor Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a África.
“Pedimos um maior apoio dos doadores para fornecer serviços de saúde essenciais e outros suprimentos de ajuda que são desesperadamente necessários.
As necessidades humanitárias aumentaram após os ataques armados em março no distrito de Palma Delgado, que forçou 52 pessoas a fugir de suas casas
São necessários cerca de US $ 3.5 milhões para fornecer assistência à saúde.
A OMS mobilizou US $ 1.77 milhão para apoiar o governo e organizações parceiras na resposta a emergências.
A Organização está a aumentar a assistência à saúde e criou três centros de tratamento de cólera e construiu um centro de saúde provisório para atender pessoas deslocadas internamente e a comunidade anfitriã no distrito de Chiuri em Cabo Delgado e destacou 17 funcionários para o distrito de Pemba.
A OMS também forneceu suprimentos essenciais de saúde, incluindo tratamento de cólera e kits para traumas.
“Há uma necessidade urgente de garantir o acesso total aos serviços de saúde essenciais em todos os distritos acessíveis e de estabelecer mecanismos para melhorar o acesso à saúde a todas as pessoas vulneráveis em distritos de difícil acesso”, disse o Dr. Joaquim Saweka, Representante da OMS em Moçambique.
A OMS está revisando seu plano de resposta e irá distribuir recursos humanos e materiais adicionais para Cabo Delgado e outros pontos críticos de emergência de saúde no país assim que recursos adicionais forem mobilizados.
Cabo Delgado tem sido afetado por ataques armados recorrentes desde 2017. A província também foi afetada pelo Ciclone Kenneth em 2019 que destruiu infraestruturas, incluindo instalações de saúde.
O desastre foi agravado por surtos de cólera e sarampo, com a pandemia COVID-19 aumentando os desafios de saúde.