6 tipos de depressão: pesquisa recente da Universidade de Stanford
Os cientistas identificaram seis subtipos de depressão, cada um relacionado à alteração de um circuito cerebral
Durante décadas, a depressão foi considerada um transtorno único, com uma única causa e cura. No entanto, uma pesquisa recente realizada na Universidade de Stanford está revolucionando a nossa compreensão desta complexa condição mental. Os cientistas identificaram até seis subtipos distintos de depressão, cada um caracterizado por uma alteração específica nos circuitos cerebrais.
Resultados de Pesquisa
Utilizando imagens de ressonância magnética funcional (FMRI), os pesquisadores identificaram seis circuitos cerebrais específicos que, quando alterados, podem contribuir para o desenvolvimento da depressão. Cada um desses circuitos está associado a diferentes funções cognitivas e emocionais, como atenção, memória, motivação e regulação emocional.
Seis circuitos, seis depressões
Os seis subtipos de depressão identificados caracterizam-se então pela desregulação destes seis circuitos que são:
- Circuito de modo padrão: Este circuito está envolvido no pensamento introspectivo e na ruminação. Quando alterado, pode levar a um foco excessivo em pensamentos negativos
- Circuito saliente: Este circuito nos ajuda a selecionar as informações mais relevantes. Quando alterado, pode levar ao aumento da sensibilidade às emoções negativas e à dificuldade de concentração.
- Circuito de prazer: Este circuito está envolvido na motivação e na busca do prazer. Quando alterado pode levar à anedonia, que é a incapacidade de sentir prazer
- Circuito de emoções negativas: Este circuito nos ajuda a responder a situações estressantes. Quando alterado, pode levar ao aumento da ansiedade e da raiva
- Circuito de atenção: Este circuito está envolvido na atenção e concentração. Quando alterado, pode gerar dificuldades na manutenção da atenção e na tomada de decisões
- O circuito de controle cognitivo: Este circuito está envolvido no planejamento, resolução de problemas e controle de impulsos. Quando alterado, pode gerar dificuldades na tomada de decisões e no ajuste do comportamento.
Futuro melhor para pacientes deprimidos
Esta descoberta abre novas perspectivas para o tratamento da depressão. Ao identificar o subtipo específico de depressão de um paciente, os médicos podem escolher o tratamento mais eficaz. Por exemplo, um paciente com uma desregulação do circuito do prazer pode beneficiar de uma terapia que se concentre no aumento dos níveis de dopamina, um neurotransmissor envolvido no sistema de recompensa.
Desafios e perspectivas futuras
Apesar dos resultados promissores desta investigação, são necessários mais estudos para confirmar estes resultados e desenvolver ferramentas de diagnóstico mais acessíveis e fiáveis. Também é importante observar que a depressão é uma condição complexa influenciada por uma variedade de fatores, incluindo genéticos, ambientais e psicológicos.