A poliomielite volta a ameaçar: o desafio de Gaza

Um surto de poliomielite desencadeia alarmes globais, comprometendo o progresso na erradicação da doença

A poliomielite, uma doença infecciosa viral que pode causar paralisia irreversível, há muito é considerada uma das mais temidas da humanidade. Graças às massivas campanhas de vacinação das décadas de 1950 e 1960, foi possível conter significativamente a sua propagação, a ponto de ser completamente erradicada. No entanto, como demonstra o recente surto em Gaza, o vírus continua a representar uma ameaça para a saúde pública global.

As causas da recorrência

Vários factores contribuíram para o ressurgimento da poliomielite em Gaza:

  • Conflito armado: Os combates contínuos danificaram gravemente as infra-estruturas de saúde, dificultando a administração de vacinas e a monitorização da propagação da doença
  • Crise humanitária: A falta de água potável e as más condições de higiene facilitaram a transmissão do vírus através de água e alimentos contaminados
  • Mobilidade populacional: O deslocamento interno facilitou a propagação do vírus fora das áreas inicialmente afetadas.

O desafio da vacinação

A vacinação é a arma mais eficaz contra a poliomielite. Contudo, conduzir uma campanha de vacinação num contexto de conflito é extremamente complexo. Os profissionais de saúde enfrentam vários obstáculos:

  • Segurança do pessoal: O risco de ataques e a dificuldade de chegar a determinadas áreas tornam perigosa a administração de vacinas.
  • Desconfiança pública: A desconfiança nas autoridades e a divulgação de informações falsas podem dificultar a adesão à vacinação
  • Logística: A distribuição de vacinas e a manutenção da cadeia de frio exigem uma logística complexa e cara

As consequências globais

O ressurgimento da poliomielite em Gaza representa uma ameaça não só para a população local, mas para todo o planeta. O vírus pode propagar-se rapidamente através de viagens e colocar em risco os progressos realizados na erradicação da doença noutras regiões do mundo.

Uma resposta global

São necessários esforços globais contínuos e coordenados para erradicar a poliomielite. São necessários mais recursos económicos, melhor cooperação entre países e maior atenção às necessidades dos países mais vulneráveis. É também essencial continuar a investir na investigação e no desenvolvimento de novas ferramentas para a prevenção e controlo de doenças.

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