
Epilepsia tipo ausência na infância ou picnolepsia: causas, sintomas, diagnóstico, tratamento
A picnolepsia na medicina refere-se a um quadro mórbido peculiar à infância e ao início da adolescência, que se manifesta com numerosas e muito breves suspensões da consciência (e às vezes das funções motoras) semelhantes às da pequena doença epiléptica
As epilepsias são divididas em:
A) crises epilépticas generalizadas (ou 'primárias') distinguidas em:
- convulsão grande mal ou convulsão tônico-clônica
- pequena doença ou ausência;
B) crises parciais (ou 'focais' ou 'secundárias') distinguidas em:
- simples ou elementar
- complexo.
Picnolepsia, epilepsia tipo ausência na infância
A epilepsia do tipo ausência infantil (também chamada de 'picnolepsia') é uma forma muito comum de ausência, caracterizada por perda súbita e fugaz da consciência em crianças em idade escolar.
Propagação da picnolepsia
A epilepsia do tipo ausência na infância é responsável por cerca de 10% de todas as epilepsias em idade escolar.
Sua maior incidência é entre 5 e 7 anos de idade.
É mais frequente no sexo feminino.
Picnolepsia, causas e fatores de risco
A epilepsia do tipo ausência na infância atualmente não tem causas específicas conhecidas.
Tal como acontece com outras formas de epilepsia, a picnolepsia tem uma forte predisposição familiar, portanto, um fator de risco é a presença de outro caso de epilepsia na família.
Sintomas e sinais
A picnolepsia é caracterizada por perdas rápidas e fugazes da consciência que ocorrem várias vezes ao dia (até mais de 10 vezes ao dia); nesse sentido, a picnolepsia representa o quadro mais clássico da ausência típica.
As perdas súbitas de consciência não estão associadas a convulsões motoras e geralmente duram entre 5 e 20 segundos (nunca mais de 30 segundos); dada a idade e a ausência de manifestações tônico-clônicas, as crianças afetadas muitas vezes são notadas por seus professores.
Diagnóstico de picnolepsia
As crises de ausência podem ser evocadas por hiperpneia (convidando a criança a soprar repetidamente para fazer um pequeno movimento de cata-vento) ou sono não REM.
É possível registrar a atividade elétrica do cérebro durante a crise por meio do traçado eletroencefalográfico; de fato, no contexto de um ritmo de fundo regular, picos complexos de 3 ciclos por segundo (3 Hz) aparecem durante a convulsão.
Este achado é suficiente para o diagnóstico.
O diagnóstico diferencial
A epilepsia do tipo ausência na infância é uma típica 'ausência simples': as ausências simples não são acompanhadas de outras manifestações.
As ausências complexas, por outro lado, são caracterizadas por outras manifestações como:
- contrações clônicas que podem envolver as pálpebras, os cantos da boca ou as porções proximais dos membros;
- atonia muscular ou hipotonia (ausências atônicas) que muitas vezes resulta em quedas ao solo por colapso dos membros inferiores;
- hipertonia muscular (ausências tônicas), principalmente da musculatura postural, com queda rígida ('queda em estátua');
- automatismos;
- vermelhidão ou palidez da pele; incontinência ou enurese.
A epilepsia do tipo ausência infantil é uma 'ausência típica'.
O EEG durante a crise distingue as ausências típicas das atípicas: enquanto as ausências típicas são caracterizadas por complexos ponta-onda de 3-4 Hz com ritmo de fundo normal, nas ausências atípicas os complexos ponta-onda são mais lentos (2.5 Hz) e com ritmo de fundo lento.
Terapia
O tratamento inclui o uso de medicamentos: ácido valpróico ou etossuximida.
Prognóstico
Após 10 anos, crises de grande mal podem se desenvolver em aproximadamente 60% dos casos.
Nos restantes 40% dos casos há remissão completa dos sintomas na idade adulta.
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