Cardiopatias congênitas: a ponte miocárdica

By Cristiano antonino On 16 de março de 2023

Ponte miocárdica, é uma condição congênita do coração caracterizada pela presença de uma ponte de fibras musculares passando sobre o segmento de uma artéria coronária

Na grande maioria dos casos, a artéria acometida é a artéria interventricular anterior.

A ponte miocárdica é uma anomalia criada durante a formação do músculo cardíaco fetal no útero

As artérias que fornecem sangue ao coração correm ao longo da parte externa do músculo cardíaco.

Existem então pequenos condutos que descem do coração para fornecer sangue ao músculo miocárdico.

Em uma parcela muito pequena da população, parte do músculo cardíaco, em vez de ficar sob a artéria, cresce acima dela.

Assim, quando o coração bate e o músculo se contrai, parte do sangue é empurrado para fora da secção da artéria.

Em 70% dos casos, a ponte miocárdica será uma alteração assintomática que não trará consequências graves; em uma pequena porcentagem de casos, a ponte miocárdica pode causar uma oclusão da artéria durante a fase da sístole, contração do miocárdio, que prejudica o fluxo sanguíneo do coração para o resto do corpo e órgãos.

A artéria coronária, obstruída por esta ponte, sofrerá porque será estreitada e parcialmente fechada pelas bandas musculares.

A ponte miocárdica degenerará em patologia da artéria coronária devido à compressão da artéria

A passagem de sangue deixará de ser regular e o risco de isquemia, angina pectoris e arritmias aumentará.

Sintomas como astenia, dispneia, dor no peito e batimentos cardíacos irregulares ocorrerão.

A extensão da patologia varia de indivíduo para indivíduo dependendo das características anatômicas das fibras musculares que compõem a ponte: quanto mais espessas, longas e profundas forem, maior a possibilidade de a ponte miocárdica alterar gravemente a estrutura das artérias.

Outros fatores que podem interferir no desenvolvimento negativo da patologia são: frequência cardíaca, contratilidade e uso de drogas.

O prognóstico pode ser influenciado por outras patologias se presentes, de que é exemplo a cardiomiopatia hipertrófica, que terá uma incidência de ponte miocárdica de 30% nos doentes.

Em pacientes com ponte miocárdica, avaliações médicas devem ser realizadas para excluir a coexistência de estenose coronariana aterosclerótica ou outras patologias que possam ter consequências mais graves para o coração.

Sendo a ponte miocárdica uma deformidade congênita, não existem atualmente medidas preventivas efetivas para prevenir os fatores de risco da doença arterial coronariana e, consequentemente, prevenir a aterosclerose da artéria coronária que agravará a condição pré-existente.

A ponte miocárdica, quando assintomática, será difícil de diagnosticar

Mesmo a angiografia coronária só pode detectar essas pontes miocárdicas profundas.

O diagnóstico, com a presença de sintomas, será feito pela coronariografia, que mostrará a obstrução sistólica de um segmento da artéria coronária acometido pela alteração.

As tomografias computadorizadas das coronárias também serão importantes, pois permitirão a visualização da anatomia das artérias, verificando se há obstruções.

Além dos sintomas clínicos e das correspondentes alterações eletrocardiográficas, o diagnóstico de ponte miocárdica depende da coronariografia, do Doppler intracoronário e da ultrassonografia.

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