No Brasil, importação e uso da vacina Sputnik V são recusados
Na segunda-feira (26), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil (Anvisa) negou a importação e uso do imunizante contra Covid-19 produzido na Rússia pelo Instituto Gamaleya, conhecido como Sputnik V
A autoridade sanitária alegou não ter recebido laudo técnico satisfatório e classificou a situação atual da vacina Sputnik V no Brasil como um “mar de incertezas”
“Não são informações burocráticas. O que a agência vem exigindo é o mínimo para garantir a segurança da população ”, disse Meiruze Freitas, diretora da Anvisa, ao votar contra a importação e uso.
O Sputnik V foi a primeira vacina contra a Covid-19 a ser registrada no mundo e, até o momento, teve seu uso emergencial aprovado em 62 países, segundo levantamento do The New York Times.
A Anvisa declara, porém, que a maioria dos países que autorizaram a aplicação da vacina não tem tradição na análise de medicamentos e, além disso, a vacinação ainda não foi iniciada em 23 desses países com contrato.
No Brasil, o governo federal e o consórcio formado pelos nove estados das regiões Norte e Nordeste, já negociaram doses da vacina russa Sputnik V
Se concedida, a liberação pela Anvisa permitiria que 66 milhões de doses já adquiridas pelos governos fossem enviadas ao Brasil.
Desse total, 37 milhões devem ser distribuídos para a população do Nordeste.
Este é o segundo pedido excepcional de importação de vacinas contra a Covid negado pela agência.
Antes do Sputnik, o pedido do Ministério da Saúde para a vacina indiana Covaxin também não recebeu aprovação, alegando falta de dados mínimos.
A decisão pode atrasar ainda mais o plano de vacinação no país, ainda que os laboratórios possam apresentar nova documentação e solicitação de uso emergencial.
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