Trombose do seio venoso cerebral (TVC) na infância: o que é e como tratar
A trombose do seio venoso cerebral (TSVC) é uma obstrução dos vasos que transportam sangue do cérebro para a veia jugular interna. Pode ser devido a doenças autoimunes e trombofilias
A trombose do seio venoso cerebral é uma obstrução dos vasos que transportam sangue do cérebro para a veia jugular interna e, portanto, para o coração
Em crianças, é um distúrbio raro, mas grave.
Uma trombose venosa causa redução do fluxo sanguíneo de um órgão para o coração, aumento da pressão capilar e, como resultado, edema ou hemorragia cerebral e redução do fluxo arterial até o ponto de isquemia.
A trombose do seio venoso cerebral pode ser devido a vários fatores em crianças, incluindo:
- Cabeça e pescoço doenças (especialmente infecciosas);
- Doenças gerais agudas (especialmente doenças do recém-nascido e desidratação);
- Doenças crônicas (anemia, doenças autoimunes, tumorais, metabólicas, renais ou cardíacas);
- Trombofilias (anormalidades de coagulação do sangue que promovem trombose);
- Medicamentos (como cortisona e anticoncepcionais);
- Trauma;
- Intervenções neurocirúrgicas.
Os sintomas da trombose do seio venoso cerebral são inespecíficos e às vezes indistinguíveis dos sintomas da situação que a causou, como febre e desidratação.
Em crianças, os sintomas são frequentemente semelhantes aos dos adultos:
- Dor de cabeça;
- Diminuição do nível de consciência;
- Déficits neurológicos focais, como hemiparesia, afasia (incapacidade de se expressar pela fala ou escrita) e distúrbios dos nervos cranianos.
Em neonatos, por outro lado, os sintomas mais comuns são convulsões associadas a sinais neurológicos como irritabilidade e diminuição do tônus muscular (hipotonia).
O diagnóstico baseia-se, em primeiro lugar, em achados clínicos cuidadosos e em um exame igualmente cuidadoso.
O diagnóstico instrumental envolve a utilização da Tomografia Computadorizada do cérebro, que permite visualizar eventuais hemorragias ou outras lesões cerebrais e, por vezes, alterações no seio venoso obstruído.
A ressonância magnética cerebral permite a visualização da área de congestão venosa e edema.
Por meio de angioTC venosa, angioRM venosa (visível na imagem) ou por angiografia é possível localizar o vaso ocluído onde o fluxo sanguíneo está ausente.
Tratamento da trombose do seio venoso cerebral (TVC)
Inicialmente, é administrada terapia com anticoagulantes e possivelmente drogas antiepilépticas.
As causas predisponentes são tratadas e o tratamento de suporte é administrado para manter a pressão dentro do cérebro estável.
Alguns casos de trombose do seio venoso cerebral foram tratados com trombólise (medicamentos chamados fibrinolíticos administrados para dissolver o trombo) ou trombectomia (remoção do trombo por via endovascular).
Se os sintomas neurológicos piorarem apesar do tratamento, a cirurgia de derivação ventricular (colocação de um cateter dentro dos ventrículos cerebrais para drenar o LCR do cérebro para o abdome) ou craniotomia descompressiva (remoção temporária de parte da abóbada craniana) pode ser necessária para controlar a pressão endocraniana.
Não existem medidas preventivas específicas para a trombose do seio venoso cerebral.
É possível atuar nas causas predisponentes, por exemplo, evitando a desidratação em lactentes e tratando precocemente infecções de cabeça e pescoço.
Em crianças que já tiveram a doença, no entanto, é importante prevenir o risco de recaída (entre 10% e 20%) por meio de medidas dietéticas, tratamento de condições associadas e terapia anticoagulante por pelo menos seis meses.
O prognóstico é pior em lactentes, crianças com infarto ou com convulsões ou estado alterado de consciência.
Crianças com trombose do seio venoso devem ser monitoradas clínica e radiologicamente de perto para excluir a ocorrência de hidrocefalia.
A taxa de mortalidade é de 8-12%. Em muitas crianças, especialmente bebês, persistem déficits neurológicos, motores ou cognitivos permanentes e convulsões.
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