Síndrome de Down e Transtorno do Espectro Autista: semelhanças e diferenças na sintomatologia

Muitas vezes, em crianças com síndrome de Down, os sintomas do autismo podem ser confundidos com possíveis manifestações da própria síndrome

O Transtorno do Espectro do Autismo é um distúrbio do neurodesenvolvimento, ou seja, a maturação do sistema nervoso

Alterações na maturação do sistema nervoso afetam os processos bioquímicos e fisiológicos subjacentes ao seu funcionamento e levam a anormalidades no desenvolvimento de habilidades sociais, de comunicação e comportamentais.

O Transtorno do Espectro Autista afeta aproximadamente 1% da população e é caracterizado pela presença de dois sintomas principais:

  • Déficits persistentes na comunicação e interação social;
  • Comportamentos, interesses e atividades restritos e repetitivos.

Manifesta-se desde os primeiros anos de vida com uma frequência 4-5 vezes maior no sexo masculino do que no sexo feminino.

O uso do termo 'espectro' reflete muito bem a ampla variedade de sintomas, que podem variar de extrema gravidade a déficits acentuadamente mais leves.

Estima-se que entre 6% e 19% dos indivíduos com síndrome de Down também tenham um Transtorno do Espectro Autista.

Hoje, há ampla evidência de que o surgimento do Transtorno do Espectro Autista não pode ser atribuído nem a erros educacionais nem a conflitos familiares.

Atualmente, acredita-se que o Transtorno do Espectro Autista seja causado por um ou mais fatores genéticos interagindo com fatores ambientais.

Estudos genéticos realizados em famílias mostraram que parentes de primeiro grau de pessoas com autismo têm entre 20% e 80% mais chances de desenvolver a doença do que pessoas que não têm parentes afetados.

Estudos realizados em gêmeos mostram que 60% dos gêmeos monozigóticos (que, portanto, têm a mesma herança genética) compartilham o diagnóstico de autismo.

Resumindo: não há dúvida de que o autismo tem uma base genética importante.

No que diz respeito à componente ambiental, vários estudos têm demonstrado que uma elevada percentagem de crianças com autismo sofreu complicações antes do nascimento, durante o parto e no período neonatal.

Outros fatores ambientais de risco são a idade dos pais no momento da concepção, em particular uma idade elevada do pai e da mãe ou, inversamente, uma idade muito jovem da mãe, e nascimento extremamente prematuro (antes de 26 semanas).

Suposições sobre vacinas como causa do autismo são desprovidas de qualquer base científica.

Os sintomas do Transtorno do Espectro Autista são agrupados em duas grandes categorias: déficits sociocomunicativos e alterações comportamentais

A primeira categoria inclui:

  • Deficiências na reciprocidade socioemocional (por exemplo, abordagens sociais anormais, compartilhamento reduzido de interesses);
  • Déficits em comportamentos comunicativos não-verbais usados ​​para interação social (por exemplo, contato visual anormal, déficits no uso e compreensão de gestos);
  • Déficits no desenvolvimento, compreensão e gestão das relações sociais. Freqüentemente, essas crianças podem ter uma necessidade reduzida de contato físico, poucas amizades, pouco compartilhamento com outras pessoas.

A segunda categoria inclui certas alterações comportamentais, como:

  • Gestos estereotipados (balançar, bater palmas, bater cabeça);
  • Comportamento ritualizado e adesão a rotinas pouco flexíveis;
  • Comportamento problemático, como automutilação e agressão.

O autismo é frequentemente associado à deficiência intelectual (ou retardo mental) e muitos indivíduos exibem respostas comportamentais incomuns aos estímulos sensoriais (pistas sensoriais).

Algumas crianças parecem indiferentes à dor ou às altas temperaturas, outras são extremamente sensíveis, a ponto de não tolerar uma carícia ou contato com roupas.

Outras crianças têm uma audição mais apurada (por isso se incomodam muito mais com barulhos, brigam, por exemplo, com muitas pessoas, se assustam com o som de um aspirador). Freqüentemente, eles cheiram ou tocam objetos para obter informações sobre o ambiente.

O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista é baseado no trabalho conjunto de uma equipe de profissionais experientes (médicos e psicólogos), que se valem da observação clínica e informações sobre a história do desenvolvimento da criança por meio de testes de avaliação cognitiva e comportamental.

Outras investigações, como testes laboratoriais ou instrumentais, podem ser necessárias para identificar possíveis causas biológicas.

Muitas vezes, em crianças com síndrome de Down, um segundo diagnóstico (de Transtorno do Espectro Autista) pode ser adiado ou perdido, pois os sintomas do Transtorno do Espectro Autista podem ser confundidos com os da própria síndrome.

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Justamente por isso, é aconselhável uma consulta especializada se a criança com Síndrome de Down apresentar os seguintes comportamentos:

  • Tem uma reduzida partilha de interesses, emoções ou sentimentos;
  • É incapaz de iniciar ou responder a interações sociais;
  • Tem habilidades verbais e não verbais prejudicadas;
  • Tem dificuldade em compartilhar brincadeiras ou fazer amigos;
  • Não tem interesse em colegas;
  • Parece mais feliz jogando sozinho;
  • Insiste na uniformidade e na rotina;
  • Tem interesses muito limitados e repetitivos;
  • Mostra hiper ou hiporreatividade em resposta a estímulos sensoriais ou não mostra medo real do perigo.

Os objetivos do tratamento do Transtorno do Espectro do Autismo em crianças são voltados para melhorar as habilidades de comunicação social e reduzir o comportamento problemático.

Portanto, é necessário que tanto a criança quanto a família sejam acompanhadas por uma equipe multiespecializada e profissional composta por médicos, psicólogos e fonoaudiólogos para tratamento comportamental específico.

O envolvimento da família é fundamental.

Até o momento, nenhuma terapia medicamentosa pode curar o Transtorno do Espectro do Autismo, mas alguns medicamentos podem ser úteis no tratamento de certos sintomas associados, como automutilação, agressão, movimentos estereotipados e hiperatividade.

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bebê Jesus

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