Câncer de rim: definição, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento
O câncer de rim é o mais frequente entre os que afetam o trato urinário, depois da próstata e da bexiga
Os rins são dois órgãos simétricos e iguais, posicionados na região lombar do abdome e têm como função eliminar os resíduos que se acumulam no corpo através da formação da urina.
Na maioria dos casos, o câncer renal se origina do crescimento desordenado de células na parede dos túbulos renais que formam os néfrons, estruturas que filtram o sangue das substâncias que precisam ser expelidas.
Esta patologia é especificamente chamada de adenocarcinoma renal e apresenta diferentes variantes.
O mais frequente é o adenocarcinoma de células claras, depois encontramos adenocarcinoma com células granulares, células sarcomatosas ou em forma de células mistas.
O carcinoma menos frequente é aquele que se origina de outras estruturas do rim, como, por exemplo, a cápsula externa.
Por fim, em crianças, é mais frequente a forma tumoral conhecida como nefroblastoma (ou tumor embrionário), que se origina de células que se assemelham às que compõem o rim no embrião.
Câncer renal: o que é?
Os rins são órgãos pareados, posicionados simetricamente na região posterior do abdome e no nível lombar.
Eles são do tamanho de um punho e têm a forma de dois feijões.
Dentro deles existem estruturas tubulares que têm a função de filtrar o sangue, bloqueando os resíduos que são produzidos pelo corpo.
As substâncias residuais são expelidas do corpo graças à urina, que representa o “produto final” dos rins.
O câncer de rim se origina do crescimento desordenado de células encontradas nas paredes internas dos túbulos, mas também pode derivar da cápsula que reveste o órgão por fora e de outros tecidos.
Câncer de rim: a disseminação
O cancro do rim é muito mais comum entre os homens e a probabilidade de desenvolver esta patologia aumenta proporcionalmente com a idade, atingindo o pico máximo de aparecimento em doentes com cerca de 60 anos.
Segundo algumas estimativas, o risco de desenvolver esse tipo de câncer é de 1 em 40 para homens e 1 em 91 para mulheres.
Aqueles em risco
O câncer de rim está ligado à presença de certos fatores de risco que podem predispor ao aparecimento da doença.
O mais comum é o tabagismo.
Pelo que emerge dos estudos da literatura científica, o número de cigarros e os anos de exposição ao fumo são diretamente proporcionais ao aumento do risco de adoecer.
Outro importante fator de risco é representado pela exposição crônica a alguns metais e substâncias cancerígenas como amianto, cádmio, fenacetina e torotraste.
Obesidade, alcoolismo, pressão alta e diálise prolongada também são fatores de risco para câncer renal.
Existem também algumas formas hereditárias bastante raras, como a síndrome de von Hippel-Lindau, que é transmitida com o gene VHL.
Prevenção
A prevenção do câncer renal só é possível limitando os fatores de risco.
Parar de fumar e limitar o consumo de álcool são os primeiros passos para prevenir esta doença.
A realização anual de uma ultrassonografia de abdome pode favorecer o diagnóstico precoce tanto do câncer renal quanto de outras vísceras (como fígado e pâncreas).
Com base no risco individual, o médico pode recomendar alguns exames para monitorar a condição do paciente e facilitar o diagnóstico precoce.
Câncer renal: tipos
Existem diferentes tipos de câncer renal.
As formas mais frequentes são o câncer papilar (tipos I e II), o câncer de células claras e o câncer cromófobo.
Em 90% dos casos a patologia afeta apenas um rim, apenas em 2% pode ser bilateral, manifestando-se assim em ambos os órgãos.
A forma mais rara de câncer renal é o sarcoma.
Esta doença origina-se de diferentes tecidos – na cápsula ou nas estruturas localizadas ao redor do rim – e tem várias formas: lipossarcomas, leiomiossarcomas, rabdomiossarcomas, angiossarcomas, fibrossarcomas.
Em crianças, o câncer renal se manifesta como nefroblastoma ou tumor de Wilms.
Câncer de rim: sintomas
O câncer de rim geralmente pode ser assintomático nos estágios iniciais da doença.
Às vezes, especialmente nos estágios avançados, pode apresentar alguns sintomas específicos.
O paciente pode se queixar de sensação de peso ou dor na região lombar, sangue na urina e presença de massa palpável no abdome.
Esses sinais estão presentes simultaneamente em apenas 10% dos casos e ocorrem quando a doença já está em estado avançado.
A patologia pode estar associada ao aparecimento de sintomas sistémicos inespecíficos, como perda de peso, febre, anemia, fadiga, detecção de hipercalcemia e hipertensão.
Entre as complicações que podem aparecer está a varicocele, ou seja, a dilatação das veias do escroto e do testículo, devido à compressão da veia espermática pela massa tumoral.
O câncer renal pode levar a metástases, que se espalham pelos vasos sanguíneos regionais e pelos vasos linfáticos.
Em 55% dos casos as metástases localizam-se nos linfonodos e pulmão, em 33% dos casos localizam-se no fígado e ossos, em 19% na glândula adrenal e em 11% no rim contralateral.
No entanto, o câncer renal também pode metastatizar para o cérebro, cólon, baço e pele.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico por imagem é essencial para o diagnóstico do câncer renal, pois a presença de sangue na urina e o exame clínico podem ser inespecíficos e permitir a identificação da doença apenas tardiamente.
Por meio do ultrassom, o médico pode identificar a presença de uma massa sólida, diferenciando-a de um cisto.
A tomografia computadorizada (TC) ou a ressonância magnética (RM), além de distinguir a natureza da massa, fornecem mais informações sobre a extensão local da doença e sobre a presença de metástases.
Evolução e classificação do estágio da patologia
Feito o diagnóstico, será importante o estadiamento do tumor, ou seja, definir a localização e extensão do tumor no rim, bem como o envolvimento de outros órgãos e estruturas.
Para descrever a patologia, utiliza-se uma classificação internacional baseada no sistema TNM ou no de Robson.
Há também uma classificação baseada no estágio de gravidade.
estágio I: o tumor limita-se à área do rim e tem diâmetro máximo de 7 cm;
estágio II – o tumor está localizado apenas no rim, mas com menos de 7 cm de diâmetro;
estágio III: o tumor apresenta metástases linfonodais;
Estágio IV: O câncer se espalhou para órgãos próximos, ultrapassou o tecido adiposo ao redor do órgão ou metástase à distância.
Câncer renal: terapia
O câncer de rim geralmente é tratado com cirurgia radical que envolve a remoção de todo o órgão afetado.
A cirurgia parcial é aplicada apenas quando há pequenos tumores confinados ao rim.
Nesses casos, o tumor é retirado, deixando o restante do órgão intacto.
Em pacientes com doença bilateral ou neoplasias intrarrenais, a ablação da massa renal por crioterapia é frequentemente realizada.
Se o tumor renal já for metastático, é possível intervir com a eliminação do rim doente (cirurgia citorredutora), associada à terapia sistêmica.
Outro tratamento amplamente difundido consiste em bloquear a angiogênese, ou seja, a formação dos vasos sanguíneos que alimentam o tumor renal: alguns pacientes poderiam se beneficiar de um tratamento farmacológico com o anticorpo monoclonal anti-VEGF.
Taxa de sobrevivência
A taxa de sobrevivência de pacientes com câncer renal depende da extensão da doença no momento do diagnóstico, do grau do tumor e da saúde geral do paciente.
O grau do tumor é estabelecido após examinar as células exportadas do tecido renal doente sob um microscópio.
Os graus variam de 1 a 4, o último indicando uma maior probabilidade de que o câncer se desenvolva e se espalhe rapidamente.
A sobrevivência é então influenciada por outros fatores-chave, como a idade, e é relatada em termos de taxas de sobrevivência de dez anos, cinco anos ou um ano.
Aqueles diagnosticados com câncer em estágio 1 têm uma boa chance de cura se receberem tratamento imediatamente, e a taxa de sobrevivência é de cerca de 90%.
No caso do câncer de rim em estágio 2, a taxa de sobrevivência é entre 65% e 75%.
Se o câncer diagnosticado estiver no estágio 3, a taxa de sobrevivência fica entre 40% e 70%.
Se você for diagnosticado com câncer de rim em estágio 4, a taxa de sobrevivência cai para 10%.
Por não gerar sintomas específicos em seus estágios iniciais, essa doença muitas vezes é diagnosticada quando já está em um estágio avançado e, infelizmente, isso pode afetar negativamente a expectativa de vida do paciente.
Portanto, reitera-se que o diagnóstico precoce tem papel fundamental.
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