Doenças oculares: ectrópio

By Cristiano antonino On 4 de maio de 2023

O ectrópio é uma condição na qual a margem palpebral é voltada para fora, causando sintomas relacionados à exposição da superfície ocular

O tratamento definitivo é cirúrgico, porém o manejo médico adequado pode melhorar os sintomas e retardar a cirurgia.

Na maioria dos casos, a pálpebra inferior está envolvida, no entanto, a eversão da pálpebra superior pode ocorrer na chamada síndrome da pálpebra flexível.

Quais são as causas do ectrópio

Existem diferentes tipos de ectrópio:

Senil, ou seja, causada pelo aumento da flacidez horizontal da pálpebra inferior.
Cicatricial, ou seja, secundária a processos inflamatórios da pálpebra que causam afinamento da lamela anterior entre a pele e o músculo orbicular.
Paralítico, ou seja, causado pela diminuição do tônus do músculo orbicular que sustenta a pálpebra inferior.
Mecânica, que pode ocorrer se uma massa deslocar a margem da pálpebra inferior.
Congênito e pode estar associado a outras malformações congênitas da região periocular.

Vários fatores predispõem ao desenvolvimento desta condição, em particular o avanço da idade que causa perda de elasticidade dos tecidos, condições inflamatórias da pele envolvendo as pálpebras, fricção mecânica da região periocular, trauma e cirurgia palpebral anterior podem resultar nesta condição.

Quais são os sintomas do ectrópio?

A rotação externa da margem palpebral, peculiar a esta condição, envolve os pontos lacrimais (as aberturas ovais de onde se originam os canais lacrimais), que encolhem com o tempo e acumulam queratina justamente porque ficam expostos ao exterior e tornam-se queratinizados.

A consequência dessa alteração dos canais lacrimais é a epífora, ou seja, o transbordamento das lágrimas para fora do olho. Nessa situação, a conjuntiva (membrana que cobre o globo ocular e a parte interna das pálpebras) e a córnea perdem sua lubrificação e proteção normais.

Isso promove uma inflamação secundária, um espessamento da parte interna da pálpebra (o tarso) que piora ainda mais o ectrópio e o desenvolvimento de uma ceratopatia, doença que em casos extremos pode causar ulceração e perfuração da córnea.

Inicialmente assintomáticos, em estágios mais avançados, os pacientes apresentarão lacrimejamento, irritação e sensação de corpo estranho, olhos vermelhos e secreção mucosa.

Como diagnosticar o ectrópio?

Na presença dos sintomas descritos associados ao desconforto ocular, é necessário realizar um exame oftalmológico completo para avaliar a presença dessa condição.

O oftalmologista avaliará vários aspectos para definir a causa do ectrópio e definir a conduta terapêutica correta.

Avalia a arquitetura facial para quaisquer más posições ou malformações, a eficácia da ação do nervo facial, o grau de frouxidão palpebral e a presença de quaisquer patologias inflamatórias crônicas, a posição do canal lacrimal e o estado da superfície ocular para destacar alterações epiteliais da córnea secundária à exposição.

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O tratamento definitivo é cirúrgico, a operação é realizada sob anestesia local e muitas vezes visa aumentar a tensão horizontal da pálpebra inferior por meio de uma tira tarsal lateral ou procedimento similar.

O tratamento médico utiliza a lubrificação da superfície ocular e o taping horizontal da pálpebra inferior, novamente com o objetivo de aumentar sua tensão e reduzir a epífora.

No entanto, deve-se lembrar que o tratamento médico pode ser temporariamente eficaz e melhorar os sintomas até o tratamento cirúrgico definitivo.

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