Hepatite D: definição, sintomas, diagnóstico e tratamento

A hepatite D é uma inflamação do fígado causada pela infecção de dois vírus, o vírus da hepatite B (HBV) e o vírus da hepatite D (HDV)

Este último pertence à classe dos vírus denominados 'defeituosos', pois requer a presença simultânea do vírus B para se replicar.

Como corolário desta condição, o desenvolvimento da hepatite D só pode ocorrer em indivíduos HBV-positivos, ou seja, aqueles infectados com hepatite B.

Existem dois modos de infecção pelo HDV:

  • a coinfecção Delta, condição na qual a transmissão dos vírus D e HBV é simultânea;
  • Superinfecção Delta, uma condição na qual uma pessoa que já é portadora crônica do VHB é infectada pelo vírus Delta.
  • A hepatite D pode ser de curta duração (aguda) ou se desenvolver lentamente e ao longo do tempo (crônica).

Quando a infecção pelo vírus D ocorre em uma pessoa com hepatite B crônica, em 70-90% dos casos ela acelera a progressão para uma doença mais grave.

A maioria das infecções por Delta se apresenta como hepatite aguda de gravidade variável, dependendo da presença ou ausência de dano hepático pré-existente.

A infecção tende a se tornar crônica em 90% dos casos.

O tempo de incubação pode ser de até seis meses, como no caso da hepatite B ou C.

Epidemiologia da hepatite D

Estima-se que existam aproximadamente 10 milhões de pessoas infectadas pelo HDV no mundo.

Da mesma forma que o vírus da hepatite B, o vírus da hepatite D está presente globalmente.

Embora sua prevalência seja maior em áreas em desenvolvimento e entre pessoas com baixo nível socioeconômico.

De acordo com um estudo publicado no Journal of Hepatology em 2020, parece que a Hepatite D (ou Delta) afeta cerca de 5% das pessoas infectadas com Hepatite B.

O estudo mostra altas prevalências de hepatite D em certas regiões, como Mongólia, Moldávia e alguns países da África do Oriente Médio.

Globalmente, o número geral de infecções por HDV diminuiu acentuadamente desde a década de 1980.

Quanto aos diferentes genótipos, o genótipo I é o mais difundido, o genótipo II é predominante no Japão e Taiwan e o genótipo III está presente apenas na Amazônia.

Deve-se notar também que algumas investigações revelaram que na Europa e nos EUA, cerca de 25-50% dos casos de hepatite fulminante inicialmente considerados como casos de hepatite B eram, na verdade, causados ​​pelo vírus D.

O vírus da hepatite viral D é transmitido pelo sangue ou fluidos corporais de uma pessoa infectada

Mais especificamente, o contágio ocorre

  • sexualmente
  • através do sangue por transfusão e transplante de órgãos infectados
  • através de líquidos biológicos (bilis, secreção nasal)

e de novo

  • por transmissão vertical, de mãe para filho
  • através do uso de agulhas e instrumentos cirúrgicos ou produtos de higiene contaminados.

Pessoas infectadas com hepatite D devem

  • tomar as devidas precauções para evitar a propagação da doença aos parceiros sexuais
  • não doe sangue, esperma ou órgãos
  • avise seu médico e dentista
  • consulte o seu médico se desejar engravidar (como visto, a transmissão vertical de mãe para filho, embora rara, é possível).

Sintomas e complicações da hepatite D

A infecção aguda pelos vírus da hepatite D e B geralmente não gera sintomas evidentes.

Uma pessoa pode, portanto, não saber que a contraiu e contribuir para a propagação da infecção.

Se ocorrerem reclamações, geralmente dentro de três meses após a transmissão, elas podem incluir

  • febre
  • dores musculares e articulares
  • Mal-estar
  • cansaço
  • perda de apetite
  • dor abdominal
  • urina escura
  • fezes pálidas e de cor cinza
  • coceira epidérmica
  • icterícia, isto é, amarelecimento dos olhos e da pele.

A hepatite crônica também pode não causar nenhum sintoma perceptível por longos períodos, até que ocorra insuficiência hepática (uma condição na qual o fígado deixa de funcionar adequadamente).

Esta situação pode ser detectada através de determinados exames de sangue.

Por exemplo, a busca por transaminases, enzimas normalmente contidas nas células do fígado que são liberadas em grandes quantidades quando as células do fígado morrem (necrose) devido à inflamação.

Nestes casos, também podem aparecer outros sintomas como:

  • icterícia
  • inchaço das pernas, tornozelos e pés
  • estado de confusão
  • sangue nas fezes ou vómitos

Em casos mais graves, um tumor hepático (hepatocarcinoma) pode se desenvolver com os seguintes sintomas

  • perda de peso injustificada
  • sentir-se muito cheio após uma refeição (mesmo com pequenas quantidades de comida)
  • Mal-estar
  • icterícia, isto é, amarelecimento da pele e dos olhos.

Uma infecção por hepatite D pode levar a complicações graves que incluem:

  • cirrose do fígado, inflamação crônica causada pela infecção por hepatite D pode prejudicar a capacidade de funcionamento do fígado.
  • insuficiência hepática, insuficiência hepática aguda é uma condição na qual as funções vitais do fígado são prejudicadas.
  • câncer de fígado, pessoas com infecção crônica por hepatite D têm um risco aumentado de desenvolver câncer de fígado (hepatocarcinoma). Na presença deste último, pode ser necessária cirurgia ou transplante de fígado
  • doença renal ou inflamação dos vasos sanguíneos.

Diagnóstico, tratamento e prevenção

A hepatite D é diagnosticada por meio da coleta de uma amostra de sangue e do teste de anticorpos HDV e HDV-RNA.

Cerca de três meses após a infecção, surgem anticorpos direcionados contra o vírus D: sua persistência por meses ou anos indica que o sujeito está infectado e que há cronicidade da doença.

O desaparecimento dos anticorpos é uma indicação de recuperação.

Até o momento, não há cura específica para a infecção aguda ou crônica pelo vírus da hepatite.

Geralmente é tratada com medicamentos, como o interferon peguilado (PEG-IFNα2a), que visam eliminar o vírus ou mantê-lo sob controle para reduzir o risco de danos ao fígado.

Novos medicamentos em potencial, como inibidores de prenilação (direcionados contra o vírus da hepatite D) ou inibidores de entrada de vírus, estão sob investigação.

Diante desse cenário, pode-se deduzir a função fundamental da prevenção no combate à hepatite D.

O foco principal nesse quesito é, sem dúvida, a vacina. Embora não exista uma específica contra a infecção pelo vírus da hepatite D, a vacina contra a hepatite B também é capaz de proteger contra a hepatite (devido à já mencionada natureza defeituosa do vírus Delta).

A vacina é segura e eficaz; não contém o vírus, mas apenas algumas de suas porções produzidas artificialmente em laboratório.

Outras medidas preventivas incluem evitar:

Exposição a sangue/órgãos infectados

o uso de agulhas contaminadas ou itens pessoais de uma pessoa doente, como escovas de dentes, lâminas de barbear e cortadores de unhas

evitando relações sexuais desprotegidas.

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