A imaturidade pode influenciar o diagnóstico de TDAH: o estudo de 1 milhão de crianças na Escócia e no País de Gales
A imaturidade pode influenciar o diagnóstico de TDAH: crianças mais novas dentro do ano escolar têm maior probabilidade de serem tratadas para TDAH, diz novo estudo
Uma nova pesquisa, envolvendo especialistas da Universidade de Nottingham, mostra que as crianças mais jovens no ano letivo têm maior probabilidade de serem tratadas para o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), sugerindo que a imaturidade pode influenciar o diagnóstico.
O estudo, publicado no BMC Public Health, analisou a associação entre idade e TDAH, com especialistas relacionando dados de saúde e educação de mais de 1 milhão de crianças na Escócia e no País de Gales
O estudo foi liderado por especialistas da Swansea University e da University of Glasgow, juntamente com colegas da University of Nottingham.
Evidências sugerem que, em todo o mundo, a prevalência de TDAH entre crianças em idade escolar é de cerca de três a cinco por cento, bastante uniforme.
No entanto, existem grandes diferenças internacionalmente nas taxas de diagnóstico clínico e tratamento.
Estudos anteriores encontraram uma associação entre a idade no ano escolar e o TDAH, principalmente em países onde um número maior de crianças é diagnosticado com TDAH.
Este último estudo teve como objetivo verificar se esse também é o caso no Reino Unido, onde as taxas de prescrição são relativamente baixas.
Outro objetivo importante era verificar se permitir maior flexibilidade nas datas de início da escola poderia reduzir o impacto do chamado “efeito da idade relativa” – pelo qual os adultos podem comparar as crianças mais novas com seus colegas mais velhos no mesmo grupo de ano e atribuir imaturidade para dificuldades mais graves.
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A Escócia e o País de Gales têm diferentes datas limite de entrada na escola (com seis meses de diferença) e políticas para reter as crianças em um ano letivo
A comparação dos dois países, portanto, permite um experimento natural útil para investigar a relação entre a idade no ano escolar e o TDAH, e se ela é influenciada por políticas de retenção de crianças.
A equipe de especialistas relacionou os registros de educação e saúde de 1,063,256 crianças do ensino fundamental e médio na Escócia (entre 2009 e 2013) e no País de Gales (entre 2009 e 2016), para examinar as relações entre a idade no ano letivo e o TDAH tratado (ou seja, recebimento de medicamentos para TDAH).
No geral, 0.87% das crianças no estudo foram tratadas para TDAH. A equipe descobriu que, no País de Gales, as crianças que eram as mais novas de sua classe eram mais propensas a receber medicamentos para o TDAH.
No entanto, esse efeito foi mascarado na Escócia, pois parecia haver maior flexibilidade, pelo que as crianças mais novas no ano letivo com problemas de atenção ou comportamento têm maior probabilidade de reter um ano.
Kapil Sayal, professor de Psiquiatria Infantil e Adolescente na Escola de Medicina da Universidade de Nottingham e no Centro de TDAH e Distúrbios do Neurodesenvolvimento ao Longo da Vida no Instituto de Saúde Mental, é um co-autor sênior do estudo.
Ele disse: “As descobertas desta pesquisa têm uma série de implicações para professores, pais e médicos.
Com uma variação de idade de até 12 meses na mesma turma, professores e pais podem atribuir erroneamente a imaturidade da criança.
Isso pode levar as crianças mais novas da classe a serem mais propensas a serem diagnosticadas e receberem tratamento medicamentoso para o TDAH.
“Independentemente da data limite para entrada na escola, seu mês de nascimento não deve influenciar se você recebe um diagnóstico ou se recebe prescrição de medicamentos para o TDAH.
Pais e professores, bem como médicos que estão realizando avaliações de TDAH, devem ter em mente a idade da criança durante o ano letivo.
Do ponto de vista educacional, deve haver flexibilidade com uma abordagem individualizada para melhor atender às necessidades educacionais e comportamentais da criança.
Nossa pesquisa mostrou que, quando há maior flexibilidade, os mais jovens dentro do ano letivo não têm mais probabilidade de serem tratados para o TDAH.”
O estudo completo pode ser encontrado SUA PARTICIPAÇÃO FAZ A DIFERENÇA.
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